quinta-feira, 28 de junho de 2007

Saudades de casa...

Quero de volta meu cantinho humilde, nos fundos de uma fortaleza inabalável, onde eu era feliz e.... sabia muito bem disso.

Tenho saudade da casa que me abrigava e me envolvia com a mesma ternura dos braços afáveis de uma mãe. E me protegia como se fosse o colo seguro de um pai. Onde, infelizmente, nunca mais poderei entrar sem ter de pedir permissão.
Sinto falta de não ter limites para extravasar todas as minhas agonias de poder fazer do jardim minha morada provisória, nem que seja somente para dividir experiências com um velho amigo. De poder abrigar todos esses velhos amigos na mesma sala, nem que seja pra fazermos "nada" juntos. De ver o tempo passar no arrasto suave de uma brisa natural, nem que seja pra deixar pra amanhã o compromisso mais importante do dia. De estar no lugar onde passei os melhores anos da minha vida, mesmo que esses tenham sido somente dois dos muitos que ainda pretento viver...
Quem não sente falta de algo? A saudade é talvez um dos sentimentos mais legítimos do ser humano, e suas conseqüencias vão desde a dor até a mais profunda compaixão. No meu caso, a saudade é revigorante. Quando bate, minha única reação é esboçar um sorriso no canto da boca. É impossível ser diferente, se toda vez que volto pra lá - em meus devaneios solitários - só consigo me lembrar de momentos maravilhosos ao lado de pessoas espetaculares. Estaria mentindo se dissesse que nada de ruim aconteceu naquele lugar. Mas essas lembranças não fazem parte da minha saudade, e quanto mais o tempo passa, fazem menos parte da minha memória.
Talvez não fosse mesmo para termos continuado naquele lugar. Lá, já não cabíamos mais. Juntos, eramos tão grandes que não cabíamos mais debaixo daquele teto. Foi preciso desmanchar essa unidade. Com isso, cada um de nós diminuiu um pouquinho. Mas isso faz parte da vida. Precisamos nos diminuir um pouco, para que possamos saber o que é ser pequeno e só assim ter a chance de crescer ainda mais. Não saímos de lá por qualquer outro motivo, senão esse. Alguns demoram um pouco mais para começar a se dar conta disso. Outros tomam isso como um desafio e dão o sangue para que tudo o que passamos não seja em vão. Mas dentre esses nem todos são fortes o bastante para admitir que quase nada mudou. Simplesmente não pertencíamos mais àquele lugar.
Todas as sensações e emoções vividas durante aqueles anos já estão eternizadas em nossas histórias e eu sei dizer exatemente o instante em que isso ocorreu. É pena que a bebedeira não me permitiu guardar esse instante por completo em minha memória, mas é impossível se esquecer do momento em que todos aqueles marmanjos viraram crianças e choraram uns nos ombros dos outros. De alguma maneira aquele choro era uma súplica para que o tempo voltasse para que pudessemos passar por aquilo tudo de novo. Infelizmente, isso era impossível. Nos restou guardar as memórias daquele lugar para sempre.

3 comentários:

gabiru disse...

Eu sei que fiquei soh metade do tempo nessa mesma casa, mas posso garantir que a minha saudade não é menor que a de ninguem.....
São momentos como aquele do ultimo churrasco que fazem a vida valer a pena......... E mesmo c nunca mais nos encaixarmos em uma casa como aquela, não tem problema, todos ja temos lembranças e historias para mais de uma vida.......

Namba disse...

Amigos, companheiros, irmaos... Vou levar vcs pra onde eu for. Amo todos vcs! Leo, orgulho de vc meu brother!

Larissa Gripp disse...

Leo....
que lindo, primo!!!
Numa situacao analoga..me identifiquei com o texto...achei lindo oq vc disse que precisamos aprender a sermos pqnos...pra saber oq eh crescer!!!
Lindo demaiss!!
Vc eh um artista, lindao!!!
Bjos e saudades!!!
LAri