sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Conversa consigo mesmo

Alguém perguntou por mim? Não? Que pena, achei que... deixa pra lá.

Mas já tem semanas! Três semanas, dois dias e algumas horas... Três horas.
"Sei disso porque o relógio fica exatamente em cima da penteadeira, onde deixou sua aliança antes de partir por aquela porta, dizendo que nunca mais voltaria a por os pés naquela casa."
Mas, tudo bem. Logo, tudo volta à mesma rotina de sempre.
"Apesar de que, ultimamente, os momentos de turbulência tem intercalado com muito mais freqüencia os momentos de paz e harmonia."
Casamentos têm dessas coisas. Não têm?
"Uns sim, outros não. Eu acho."
Merecemos outra chance. É difícil imaginar que...
"Difícil é viver entre tempestades em um navio a deriva, que já não veleja como deveria há anos"
E se nos dessemos uma chance de reflexão?
"Pensar na vida, reavaliar valores, praticar a tolerância, refletir. Isso pode fazer bem."
Mas pode também não dar em nada. É preciso que os dois estejam dispostos.
"Tantos anos juntos. Por que não estariamos dispostos a salvar nosso casamento?"
Não há disposição se não há consciência de que algo precisa mudar. Isso é fato.
"Quem será o primeiro a ceder?"
Logo ela liga. Não vou ligar.
"Toca, telefone! Toca!"


Léo Castro