quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Independência ou Marte A Festa!!! Edição Internacional

Dando continuidade ao seu projeto de festas, é com muito orgulho que o Programa Independência ou Marte anuncia o evento do mês de Novembro: Independência ou Marte a Festa! Edição Internacional.

Confirmando a cidade de São Carlos como um importante ponto na rota da música alternativa no Brasil, o Armazém Bar recebe o Show do Trio Inglês Black Mekon que está no Brasil para poucas e exclusivas apresentações. Com um estilo que podemos chamar de Punk Blues os músicos da cidade de Birmigham prometem colocar todos pra dançar com suas guitarras distorsidas e seus vocais agressivos.

Abrindo a noite temos mais uma atração especial: Um incrível duelo de monobandas, com músicos que tocam sozinhos Bateria e Guitarra além de emanar gritos de rock primitivo.

Como em todas as festas do Programa, os apresentadores Felipe Silva e Jovem Palerosi, sob os codinomes de FioDiBack e Youngman, discotecam o melhor da música independente brasileira passeando por todos os estilos musicais.

O Programa Independência ou Marte vai ao ar todas as Segundas-feiras as 22:00 e tem reprise aos Sábados as 15:00 pela Rádio UFSCar 95,3 FM. O programa também pode ser escutado na web rádio do Portal Fora do Eixo.

Bandas: Black Mekon (UK) + Duelo de Monobandas

Local: Armazém Bar, Rua Sete de Setembro nº 2109

Horário: 23:00

Preço:R$ 8,00

terça-feira, 21 de outubro de 2008

2°CONTATO - Festival Multimídia de Rádio, TV, Cinema e Arte Eletrônica

De 8 a 12 de Outubro aconteceu o 2° CONTATO – Festival Multimídia de Rádio, TV, Cinema e Arte Eletrônica. Uma realização da UFSCar, produzido pela Rádio UFSCar, Cine UFSCar, Laboratório Aberto de Interatividade, Coordenadoria de Comunicação Social da UFSCar e projeto da TV UFSCar.
Durante cinco dias, colocamos EM CONTATO diversos profissionais e realizadores ligados a Arte, Cultura e Comunicação em atividades gratuitas que aconteceram dentro do campus da UFSCar, no Distrito de Água Vermelha, na Praça do Mercado Municipal, e ainda continuará no site Overmixter, com o concurso RecombinaSOM.
Desde músicos, produtores culturais, artistas multimídia, advogados, jornalistas, estudantes universitários, até representantes das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e de coletivos de produção cultural do chamado Circuito Fora do Eixo, todos estiveram engajados na discussão de como garantir a difusão efetiva de ações culturais e fomento à produção e circulação de conteúdos.
Os Debates Transversais procuraram traçar um panorama geral do que vem acontecendo nos setores de Arte, Cultura e Comunicação, aproveitando temáticas altamente em voga nas discussões contemporâneas, propostas no sentido de se construir um entendimento em relação aos novos rumos desses setores.
Diante do momento pelo qual passa a cidade de São Carlos, que vem se fortalecendo no cenário cultural nacional, principalmente no que diz respeito à cultura alternativa, que não encontra lugar na mídia de massa, o 2° CONTATO com certeza será lembrado como um importante marco na articulação de diversos projetos, dentre eles a consolidação da Rede IFES e a entrada definitiva da cidade como importante colaboradora nas ações do Circuito Fora do Eixo. Os Encontros Setoriais foram os espaços dentro do festival pensados para que essas articulações ganhassem corpo e visibilidade. Profissionais de Rádio, TV, Cinema, Arte Eletrônica e Música tiveram espaços dentro da programação para dividir experiências em busca de pontos em comum com os demais agentes de cada setor.
As atividades de formação refletiram a preocupação do Festival CONTATO com o aperfeiçoamento de profissionais e de interessados nas mais diversas áreas de atuação dentro dos setores englobados pelo Festival. Através das diversas oficinas gratuitas oferecidas no festival, o público pôde aprimorar seus conhecimentos em cada área com atividades ministradas por profissionais experientes em suas respectivas atuações.
A formação do público infantil também teve espaço na atividade no dia 12 de Outubro, Dia das Crianças. Os pequenos puderam participar de oficinas, brincadeiras, sessões de curtas-infantis e presença do grupo de teatro Zabriskie que viajou desde Goiânia em sua Kombi mágica para trazer os espetáculos “Luas e Luas” e “Quem quer se casar com o rato?”.
Foram também cinco dias de celebração para a arte sãocarlense. A sessão do filme Testemunha Oculta do cineasta de São Carlos Zé Pintor, filme que foi finalmente sonorizado pela equipe do festival quarenta anos após as filmagens, coroou com a presença marcante do público no distrito de Água Vermelha a justa homenagem ao diretor José de Oliveira, o ilustre Zé Pintor, que esteve presente no evento. A Instalação de “A Idade da Terra”, filme de Glauber Rocha, montada no Teatro de Bolso do Departamento de Arte e Cultura da UFSCar recebeu dezenas de pessoas que tiveram a oportunidade de viver uma experiência sensorial de recombinação do filme em um “Maracanã Eletrônico” e participar do “grande espetáculo holográfico, do raio laser, das telas múltiplas, o cinema das jogadas visuais, a pintura eletrônica”, nas palavras do próprio Glauber. Experiência legitimada pela visita de Joel Pizzini à instalação, considerado “herdeiro” das obras de Glauber, casado com a filha do cineasta responsável pela restauração de seus filmes.
Não podemos deixar de citar os shows memoráveis das bandas da cidade e da região que dividaram o casting com nomes importantes do cenário musical alternativo do Brasil como Curumin, Macaco Bong e Jards Macalé, além de artistas internacionais como o francês King Automatic e a banda grunge americana Mudhoney. Nem a chuva conseguiu apagar o brilho dos shows do sábado, graças à persistência do público presente que não se desencorajou diante da água que caia. Alguns permaneceram escondidos debaixo das marquises esperando uma trégua, enquanto outros deixaram que a água lavasse suas almas e se entregaram aos shows como se a chuva fizesse parte do cenário perfeito que se pintava naquele momento. Para finalizar esse quadro musical tão rico e cheio de nuances que se contrastavam em perfeita harmonia, o Sol deu o ar da graça no domingo e manteve a chuva bem longe da Praça do Mercado. Em praça aberta, com sol aberto, o público recebeu todos os artistas e bandas com muita energia em uma relação de troca e recombinação.
O espírito de recombinação que tanto foi estimulado durante toda a programação do 2° CONTATO fez-se presente em todos os momentos durante esses cinco dias. Não só o público, como todos os convidados do evento entenderam o conceito adotado pelo festival e, com os receptores completamente abertos a novas experiências e propostas fizeram com que a proposta de trabalho de uma equipe fantástica formada por pessoas das mais diferentes origens e formações fosse legitimada e levada às últimas conseqüências.
Como participante da organização do 2° CONTATO, não poderia deixar de finalizar esse texto parabenizando e agradecendo a equipe que trabalhou de maneira espetacular para que o festival fosse bem sucedido. À equipe que esteve envolvida na concepção e na produção do festival durante todos os dias que se seguiram do encerramento do 1° CONTATO, em 2007, até o início do 2° CONTATO. Um trabalho pautado em um processo extremamente democrático em que todos os participantes da equipe tinham vozes e ouvidos e compartilhando idéias e opiniões, tendo sempre em mente o espírito colaborativo enraizado na proposta do festival e dos projetos que o tornaram possível. Também deixo os merecidos agradecimentos aos monitores que fizeram com que o trabalho realizado pela equipe durante todos esses meses de fato se concretizasse durante os cinco dias das atividades. Mentes e espíritos recombinados, sigamos agora em direção ao nosso 3° CONTATO com o mesmo espírito desbravador que fizeram parte das duas primeiras edições do festival. E que não se interrompa a recombinação com o final dessa segunda edição. Mantenhamos nossos receptores ligados e abertos a novas experiências.

Leonardo Castro dos Reis
Estagiário de Produção do 2° CONTATO
Pesquisador do GERCPM

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Resenha: Marcelo Camelo - Sou (2008)


Resenha que escrevi para o Disco da Semana na Rádio UFSCar.

Recomendo aos leitores desta resenha que, antes de prosseguirem com a leitura, visitem o site onde Marcelo Camelo disponibilizou 10 das 14 faixas do seu primeiro disco-solo, intitulado "Sou", para download gratuito. Logo de início, no site, peço que reparem em uma foto de busto do compositor carioca. O olhar profundo parece perder-se em pensamentos solitários e conflitantes de uma mente incrível. A barba, já consagrada nos tempos de Los Hermanos, remete-nos ao amadurecimento desse cara estranho, que sabe tirar proveito dos conflitos existenciais do homem e criar versos geniais casados com sonoridades e melodias igualmente célebres. Essa foto talvez seja o resumo do conceito desse trabalho. Marcelo Camelo debuta em carreira solo mostrando a cara, mesmo sem ter a obrigação de provar nada pra ninguém, seja como violonista, cantor ou compositor.
O nome do disco, "Sou", pode nos levar a acreditar que é um disco solitário, um tanto egocêntrico. Mas virando a capa do disco lê-se "nós", inspirado em poema concreto de Rodrigo Linares, prova de que esse trabalho esteve cercado de importantes colaboradores. A começar pelo irmão Thiago Camelo, que escreveu o release do disco que está no site, um texto brilhante em que torna pública a participação do pai Ernesto Camelo na produção executiva do CD.
Nas parcerias musicais, além dos amigos da banda paulistana Hurtmold participando na gravação da maioria das faixas, o encontro mais inusitado é com a jovem prodígio Mallu Magalhães em "Janta" e com Dominguinhos na linda e já conhecida do público mais fiel "Liberdade". O Hurtmold também acompanhará Camelo na turnê que se inicia neste mês de setembro, com shows em teatros para públicos menores.
"Téo e a Gaivota", canção que apresentou ao público no final do ano passado em vídeo no seu Myspace em uma versão instrumental, tendo o barulho das ondas do mar como percussão, no álbum mantém a mesma harmonia praiana e ganha bela letra e melodia. (ver vídeo da nova versão)
O rapaz caseiro é ressaltado na marchinha "Copacabana", cantada em coro em homenagem ao bairro do Peixoto e seus velhinhos bons de papo. Além disso, há as referências regionais nas harmonias de "Vida Doce" e "Menina Bordada".
Sem querer esboçar nenhum tipo de resgate do Los Hermanos, "Mais Tarde" traz uma pegada mais rock que, segundo Thiago Camelo em sua resenha, "torna a resignação da canção reconfortante".
Com fortes referências pessoais, o disco traz um retrato do amadurecimento de Marcelo Camelo. Um trabalho que só lembra a antiga banda dos barbudos pelas belas melodias cantadas na voz de Camelo. Não que a intenção seja livrar-se do passado e do estigma da antiga banda, até porque a obra do Los Hermanos já ficou registrada nos anais da música brasileira e na cabeça da legião de fãs do grupo. Marcelo Camelo quis mostrar o que sabe fazer, sem fugir do seu passado e aproveitando referências pessoais e coletivas do presente. Quanto ao Futuro!? Deixa que o cara sabe o que tá fazendo.

Léo Castro

terça-feira, 5 de agosto de 2008

GERCPM na Feira da Música 2008 em Fortaleza




A 7a Feira da Música de Fortaleza é um evento que reúne toda a cadeia produtiva da música. É uma busca constante na construção de uma rede sólida, integrada, com o objetivo de organizar e desenvolver o crescimento do mercado de música independente no Brasil.
Foi a primeira feira de música independente que surgiu no Brasil em 2002, por uma ação da Prodisc (Associação dos Produtores de Disco do Ceará) .
Reúne grandes marcas de equipamentos, instrumentos, gravadoras, produtoras e editoras de todo o país, para o maior encontro do Norte e Nordeste na área musical. Na Feira entram em pauta discussões que aproximam os profissionais em torno de novas idéias. Gente de todo o Brasil se concentra num emocionante encontro para troca de expressões e experiências, abrindo uma janela para a diversidade cultural desse país maravilhosamente musical.
A Feira da Música 2008 ocorrerá de 20 a 23 de Agosto na cidade de Fortaleza - CE.

O Grupo de Estudos sobre as Redes e Cadeias Produtivas da Música do Departamento de Engenharia de Produção da UFSCar em seu primeiro ano de atividade marca presença em um dos maiores eventos voltados para a discussão da Cadeia Produtiva da Música. A doutoranda do GERCPM Rachel Benze será mediadora da mesa de debates "Inovações técnológicas e Cadeia Produtiva da Música", atividade proposta pela própria doutoranda.

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Painel: Inovações Tecnológicas e Cadeia Produtiva da Música

Descrição: O impacto das inovações tecnológicas na cadeia produtiva da música gerando uma significativa redução nos custos de produção e distribuição, além de proporcionar novas possibilidades de ligação entre oferta e demanda através de modelos inovadores de negócios e fortalecimento dos mercados de nicho. Relatos de experiências na internet.

Painelistas:
  • Marília Valle (SP) – Produtora de Conteúdo e Editora de Vídeos do Myspace Brasil
  • Rachel Pereira Benze (SP) - Administradora, Mestra em Eng. de Produção e Doutoranda em Eng. de Produção, Coordenadora e Pesquisadora do Grupo de Estudos sobre as Redes e Cadeias Produtivas da Música da Universidade Federal de São Carlos.
  • Dagoberto Donato (SP) – Coordenador do Projeto Trama Virtual
Data e Horário:
Dia 23 de Agosto das 14:00 às 16:00
Local:
Auditório do Sebrae

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A doutoranda Rachel também estará na programação musical da 7a Feira da Música com sua banda Plano Próximo. A PP se apresenta na quarta-feira dia 20 de Agosto no Centro Cultural Banco do Nordeste.

Para informações sobre a programação da sétima edição da Feira da Música acesse o site www.feiramusica.com.br

Visite também o blog do GERCPM: www.gercpm.blogspot.com

quarta-feira, 30 de julho de 2008

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Duas visões, um mesmo assunto.

Apesar do abandono, a Feira sempre será um espaço aberto para expressar meus sentimentos. Não tenho conseguido sentar e escrever tudo o que meu coração conturbado quer dizer, mas é bom poder voltar aqui e lembrar que ainda pulsa em mim a sensibilidade que outrora descobri ter. Sensibilidade essa que tem sido fundamental para que eu enfrente um momento difícil na minha vida. Prometo voltar, Feira. Não te abandonei, muito menos deixei apagar a chama que um dia brilhou imponente. Só estou tentando buscar forças para que essa chama brilhe muito mais.


Um passo de cada vez. No momento, volto pra mostrar pros leitores do blog (os restantes) como um mesmo assunto pode ter duas visões completamente diferentes. O assunto, nesse caso é a Lei Seca no Trânsito.
O primeiro texto abaixo é a visão do Bigão Rocker (lembram dele? vejam aqui) o "colunista" do roquenrow, rei das canetadas sem sentido e do vômito verborréico, o último rocker (como ele mesmo diria) publicado na edição de 11 de Julho do jornal Classificados & Cia. O segundo texto é de Drauzio Varela, publicado no Caderno ILUSTRADA da FOLHA DE SÃO PAULO, do dia 19 de Julho.

Leiam e comparem a diferença entre alguém que se diz "colunista" ou "jornalista" e apenas vomita palavras e de outra pessoa que, mesmo sem ser jornalista consegue, através de uma linguagem simples e objetiva, falar sobre um assunto tão polêmico de maneira magistral. Tirem sua próprias conclusões. Os textos:


Se em terra de cego quem tem um
olho é rei Imagine quem tem os três...
(claro que o terceiro olho é o da mente,
o olho de visionário, o que vai além).

por Bigão Rocker

• Com essa nova lei de trânsito que foi
criada impedindo quase que totalmente
o uso de bebida alcoólica para motoristas,
lei que já existia, mas que foi modificada
arrefecida, endurecida e emburrecida,
nosso país deixa claro mais
uma vez que estamos nas mãos de uma
corja de ladrões insanos que cada vez
mais só demonstram estarem distantes
da realidade e sem saber o que fazer,
navegam num mar de elucubrações
alucinógenas.
• Tem gente que só de passar perto de
um copo de pinga já fica bêbado, outros
tomam uma lata de cerveja e perdem
parte dos reflexos e alguns podem beber
uma caixa de cerveja de garrafa
contendo cada uma 600ml e não se embriagam.
Então como igualar, comparar
e equiparar pessoas, sendo que sabemos
que existem pessoas que até sóbrias
já são um perigo, com outras que
se mantêm equilibradas e com bom
senso mesmo depois de uma festa ou
ao sair de um bar.
• Tudo bem que a minha herança genética
já é de grande valia, nunca em toda
minha vida vi meu pai ter algum problema
ao volante depois de algum evento
em que a bebida alcoólica estivesse no
cardápio, mas em verdade o grande segredo
não está na herança genética ou
na resistência do organismo de cada
um, está sim no fato de que na herança
meu pai deixou-me educação. É, educação,
sim senhor, pois ocorre que tem
uns abobalhados que se conhecem
muito bem, sabem que não podem beber,
mas são os que mais querem fazer
gracinhas mostrando que agüentam,
que podem beber, bebem muuuiiiiiiiiiito
para demonstrar sua fraqueza de caráter
e seu machismo esguio.
• Não defendo alcoolismo, pois como
eu bem disse acima, pagamos pelos
erros dos outros, dos fracos e dos desvalidos
de vontade e de discernimento.
Não queremos mesmo mais bêbados
babões sobre armas, com o controle,
ou melhor, sem controle nenhum dentro
de verdadeiros tanques de guerra
que são os veículos motorizados, com
o volante nas mãos prestes a atropelar
crianças ou qualquer um que desavisado
ou guiado pelas mãos de um destino
cruel vier a cruzar o caminho de
um destes entorpecidos.
• Mas o que mais me preocupa é a
autoridade ditatorial do Estado brasileiro,
que quando não é oito é oitenta, e
quem sempre paga o pato, caríssimo
por sinal, somos nós, e que muitas vezes
injustamente, enquanto um promotor,
um juiz demente enche a cara e
atropela qualquer um e não sofre nenhum
tipo de punição devido ao seu
cargo.
• É como querer transformar uma civilização
indígena em cidadãos europeus
de um dia para o outro. Ou como
Aldous Huxley predisse: o “sistema”
nos manipulará com um alto controle,
não seremos livres nem para pensar,
mas não se assuste, se você ainda não
leu Admirável mundo novo...

Lei Seca no Trânsito

por Drauzio Varella

GOSTO DE BEBER, e confesso sem o menor sentimento de culpa. Álcool, de vez em quando, em quantidade pequena, dá prazer sem fazer mal à maioria das pessoas. Aos sábados e domingos, quando estou de folga, tomo uma cachaça antes do almoço, hábito adquirido com os carcereiros da antiga Casa de Detenção. Difícil é escolher a marca, o Brasil produz variedade incrível. Tomo uma, ocasionalmente duas, jamais a terceira. Essa é a vantagem em relação às bebidas adocicadas que você bebe feito refresco, sem se dar conta das conseqüências. Cachaça impõe respeito, o usuário sabe com quem está lidando: exagerou, é vexame na certa.
Cerveja, tomo de vez em quando. O primeiro gole é um bálsamo para o espírito; no calor, depois de um dia de trabalho e horas no trânsito, transporta o cidadão do inferno para o paraíso. O gole seguinte já não é igual, infelizmente. A segunda latinha decepciona, deixa até um resíduo amargo; a terceira encharca.
Uísque e vodca, só tenho em casa para oferecer às visitas.
De vinho eu gosto, mas tomo pouco, porque pesa no estômago. Além disso, meu paladar primitivo não permite reconhecer notas de baunilha ou sabores trufados; não tenho idéia do que seja uma trava sutil de tanino, nem o aroma de cassis pisado, nem o frescor de framboesas do campo. Em meu embotamento olfato-gustativo, faço coro com os que admitem apenas três comentários diante de um copo de vinho: é bom, é ruim, e bebe e não enche o saco.
Feita essa premissa, quero deixar claro ser a favor da chamada lei seca no trânsito.
Sejamos sensatos, leitor, tem cabimento ingerir uma droga que altera os reflexos motores, o equilíbrio e a percepção espacial de objetos em movimento e sair por aí pilotando uma máquina na qual uma pequena desatenção pode trazer conseqüências fúnebres?
Ainda que você não seja ridículo a ponto de afirmar que dirige melhor quando bebe, talvez possa dizer que meia garrafa de vinho, três chopes ou uísques não interferem na sua habilidade ao volante.
Tudo bem: vamos admitir que, no seu caso, seja verdade, que você tenha maior resistência aos efeitos neurológicos e comportamentais do álcool e que seria aprovado em qualquer teste de resposta motora.
Imagino, entretanto, que você tenha idéia da diversidade existente entre os seres humanos. Quantas mulheres e quantos homens cada um de nós conhece para os quais uma dose basta para transtorná-los?
Quantos, depois de duas cervejas, choram, abraçam os companheiros de mesa e fazem declarações de amizade inquebrantável? Está certo permitir que esses, fisiologicamente mais sensíveis à ação do álcool, saiam por aí colocando em perigo a vida alheia?
Como seria a lei, então? Deveria avaliar as aptidões metabólicas e os reflexos de cada um para selecionar quem estaria apto a dirigir alcoolizado? O Detran colocaria um adesivo em cada carro estabelecendo os limites de consumo de álcool para aquele motorista? Ou viria carimbado na carteira de habilitação?
Talvez você possa estar de acordo com a argumentação dos advogados que defendem os interesses dos proprietários de bares e casas noturnas: "A nova lei atenta contra a liberdade individual".
Aí, começo a desconfiar de sua perspicácia. Restrições à liberdade de beber num país que vende a dose de pinga a R$ 0,50? Há escassez de botequins nas cidades brasileiras, por acaso? Existe sociedade mais complacente com o abuso de álcool do que a nossa?
Mas pode ser que você tenha preocupações sociais com a queda de movimento nos bares e com o desemprego no setor.
A julgar por essa lógica, vou mais longe. Como as estatísticas dos hospitais públicos têm demonstrado nos últimos fins de semana, poderá haver desemprego também entre motoristas de ambulâncias, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, agentes funerários, operários que fabricam cadeiras de rodas, sondas urinárias e outros dispositivos para deficientes físicos.
No ano passado, em nosso país, perderam a vida em acidentes de trânsito 17 mil pessoas. Ainda que apenas uma dessas mortes fosse evitada pela proibição de beber e dirigir, haveria justificativa plena para a criação da lei agora posta em prática.
Não é função do Estado proteger o cidadão contra o mal que ele faz a si mesmo. Quer beber até cair na sarjeta? Pode. Quer se jogar pela janela? Quem vai impedir?
Mas é dever inalienável do Estado protegê-lo contra o mal que terceiros possam causar a ele.



Entenderam? rsrs.. Talvez seja por isso que o primeiro seja "jornalista" e escreva em um jornalzinho fuleiro de circulação regional e distribuido gratuitamente e o outro mesmo sendo um médico, tem uma coluna em um dos maiores jornais do país. (Adoraria que o Bigão lesse isso... rsrsrs... cutucando a onça, parte 2)

terça-feira, 15 de abril de 2008

Aos Nossos Filhos

Elis Regina
Composição: Ivan Lins/Vitor Martins

Perdoem a cara amarrada,
Perdoem a falta de abraço,
Perdoem a falta de espaço,
Os dias eram assim...

Perdoem por tantos perigos,
Perdoem a falta de abrigo,
Perdoem a falta de amigos,
Os dias eram assim...

Perdoem a falta de folhas,
Perdoem a falta de ar
Perdoem a falta de escolha,
Os dias eram assim...

E quando passarem a limpo,
E quando cortarem os laços,
E quando soltarem os cintos,
Façam a festa por mim...

E quando lavarem a mágoa,
E quando lavarem a alma
E quando lavarem a água,
Lavem os olhos por mim...

Quando brotarem as flores,
Quando crescerem as matas,
Quando colherem os frutos,
Digam o gosto pra mim...

Digam o gosto pra mim...


"Desculpa..."

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Doa o que doer (a quem doer)

Só dói quando eu respiro
Me perco
e não enxergo mais a luz

Só dói quando me engano
Me acho
e me perco quando há luz

Só doi quando não sinto
Me deixo
e não reajo até sentir de novo

Só dói quando me esqueço
Só dói quando me lembro
Só dói quando não tento
Só dói quando não quero fazer doer

Dói... não sei onde, mas dói.

Léo Castro

sábado, 29 de março de 2008

Sweet Trip!


Flaming Lips - The Yeah Yeah Yeah Song

If you could blow up the world with the flick of a switch
Would you do it?
If you could make everyobody poor just so you could be rich
Would you do it?
If you could watch everybody work while you just lay on your back
Would you do it?
If you could take all the love without fiving any back
Would you do it?
And so we cannot know ourselves or what we'd really do...

With all your power
With all your power
With all your power
What would you do?

If you could make your own money and then give it to everybody
Would you do it?
If you knew all the answers and could give it to the masses
Would you do it?
No no no no no no are you crazy?
It's a very dangerous thing to do exactly what you want
Because you cannot know yourself or what you'd really do

With all your power
With all your power
With all your power

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Jornalismo por interesse

Acompanhem o Dossiê que vem sendo elaborado e publicado aos poucos pelo jornalista Luís Nassif contra a revista VEJA e a Editora Abril. Ainda tem muita lenha pra queimar nessa fogueira.

Link para o Dossiê: http://luis.nassif.googlepages.com/home


Imagens pertinentes...

















Referência: Trabalho Sujo

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Animusic

Preparem-se...


"Resonantic Chamber"


"Pipe Dream"


"Acoustic Curves"


"Cathedral Pictures"

FARINHA DIGITAL

Eeessaaa eu quero conhecer!! =]

Olhem essa matéria Antídoto contra a mesmice, sobre o novo projeto de dois experientes músicos brasileiros..

http://www.divirta-se2.uai.com.br/agitos/interna_noticias.asp?codigo=3007

"Que cara tem a nova produção latina?"

Anexo o endereço dessa reportagem do Estado de S. Paulo, Caderno 2. De João Marcos Coelho.

"[...]Quando se conquista uma bela mulher, é muito difícil abandonar a idéia de amá-la. E como é bom ouvir os desdobramentos dos espectros nos espaços que nos proporcionam os recursos eletroacústicos![...]”

http://txt.estado.com.br/editorias/2008/02/17/cad-1.93.2.20080217.2.1.xml

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Máquina do Tempo

É hora de voltar no tempo.
Repetir o que fez na última hora
e tentar fazer melhor dessa vez.
Não deve ser difícil!

Todo dia deveria ser como hoje.
Seria justo termos a chance de viver
a mesma hora duas vezes,
uma vez por dia.

Essa hora seria o tempo de experimentar
Fazer qualquer loucura que tiver vontade
Tentar e errar, errar e aprender, errar
simplesmente por poder errar.

Dia após dia, em nossa máquina do tempo
aproveitaríamos para botar à prova
todos os nossos maiores medos.
Testaríamos nossos próprios limites

E quando chegasse a meia noite,
nada de carrugens virando abóboras.
Simplesmente uma segunda chance
de tentar fazer certo, ou arriscar-se um pouco mais

Mas hoje, em especial, queria tê-la visto.
E quando chegasse a meia-noite,
nada de carruagens, abóboras ou sapatinhos de cristal
Simplesmente nós dois,
juntos.

Por mais uma hora seria feliz.


"Nessa madrugada do dia 16 de Fevereiro de 2008 terminou o horário de verão.
Os relógios deveriam ser atrasados em 1 hora à meia-noite. "


Léo Castro



sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Conversa consigo mesmo

Alguém perguntou por mim? Não? Que pena, achei que... deixa pra lá.

Mas já tem semanas! Três semanas, dois dias e algumas horas... Três horas.
"Sei disso porque o relógio fica exatamente em cima da penteadeira, onde deixou sua aliança antes de partir por aquela porta, dizendo que nunca mais voltaria a por os pés naquela casa."
Mas, tudo bem. Logo, tudo volta à mesma rotina de sempre.
"Apesar de que, ultimamente, os momentos de turbulência tem intercalado com muito mais freqüencia os momentos de paz e harmonia."
Casamentos têm dessas coisas. Não têm?
"Uns sim, outros não. Eu acho."
Merecemos outra chance. É difícil imaginar que...
"Difícil é viver entre tempestades em um navio a deriva, que já não veleja como deveria há anos"
E se nos dessemos uma chance de reflexão?
"Pensar na vida, reavaliar valores, praticar a tolerância, refletir. Isso pode fazer bem."
Mas pode também não dar em nada. É preciso que os dois estejam dispostos.
"Tantos anos juntos. Por que não estariamos dispostos a salvar nosso casamento?"
Não há disposição se não há consciência de que algo precisa mudar. Isso é fato.
"Quem será o primeiro a ceder?"
Logo ela liga. Não vou ligar.
"Toca, telefone! Toca!"


Léo Castro